s.f., desonra, opróbrio;

sinto. sinto muito por não conseguir mais lhe entender. sinto por não mais querer, por não mais me esforçar para tal; quero é paz, a paz no meu caos.

preciso manter meu caos. se continuar como está ficarei idêntica a ti.

não falta muito; dizem que os filhos são o espelho dos pais, que o fruto não cai muito longe da árvore, até renato russo disse algo sobre isso certa vez.

mas como sempre luto contra isso, mas já luto contra tanto, contra todos; lá fora quanto mais odeio o mundo, quanto mais perco minha inocência, meus olhos brilhantes de criança, mais quero lutar contra todos; ver todos chorando sangue e querendo o melhor pra todos com o olhar de todos.

aqui não, quanto mais convivo contigo mais quero não convier, mas quero sair. talvez isso explique minha incontrolável paixão por viajar, por sumir.

minhas lágrimas lavam meu rosto na consumação do maldito clichê. não tento me conter, talvez este seja meu erro. nunca tento, só tenho vergonha, o que resulta em outra historia.

acordando

a vida é mais do que vaidade.
acorda. acorda. acorda.

se é apenas uma troca de interesses não me incomoda, desde que o seu interesse seja digno, ao menos pra você.

tente, ao menos uma vez, tente; seja o que você não é, o que nunca foi, pense no que nunca será.
como você pode ser tão estática.
conveniência tem limites e parece que o seu é maior do que eu esperava, si é que já esperei, alguma vez, algo melhor.
vivo o agora. mas não digo com orgulho e sim com dor, com amargura. a amargura de quem perdeu o açúcar que estava “naquela” sacola de supermercado de esquina que lhe roubaram no cruzamento antes de casa.

em busca da importância

quando penso em você me julgando logo me chega o gosto do almoço que visitou meu estomago mas não conseguiu manter-se lá.
se a minha vida depende-se de outras como a sua depende da minha, não teria vontade de viver.
estaria longe, tentando fugir da minha insignificância pessoal.
em algum lugar por ai tentaria me encontrar, o que não conseguiria.
mesmo assim seria mais digno do que se humilhar diante seus familiares. pedindo pra que lhes olhe com outros olhos; olhos esses que nem você tem.

a dignidade não se conquista pelo o que se faz e sim como se faz.

pouco importa o que me diz e o que faz; pouco me importa quem te ajudou; se você não consegue mudar seu pensamento, tu continuarás cega.