inocente, puro e besta.

quinta-feira, julho 31

geração de dúvidas:

por que limão? o título nem fala nada sobre comida!

oras, como assim 'por que limão?' ?
limões, assim como as batatas, completam a vida de uma pessoa!
e o açúcar ou o leite condensado - e as vezes gelo - o completam! ... mas não as batatas! essas são amarelas: já é outro esquema cromático!

¬¬
por que você não pode se contentar só em responder?

porque assim não tem graça! . . . e a conversa encurta.

...é isso que você não entende.

o.O

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quarta-feira, julho 30

peixe grande

- é cedo demais - dizia a garotinha de pés ao chão - mas case-se comigo.
- não posso, é cedo demais - e riu-se todo.
- prometa-me
- ^^ (riu-se todo)
- prometa-me, eu te quero e preciso lhe ter!

rindo disse:
- sensato.

perdeu-se em noite quente e esqueceu pelo mundo. muito vento soprou e muito alho cheirou. derrepente, trombou com uma corrente de tênis, entrou pela casa e... calafrio! perguntou à senhora no piano:
- que faz em tal lugar tão perdido?
a senhora, de olhos cansados e pés no chão:
- está atrazado!

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terça-feira, julho 29

azedando

escrever é uma arte
mas viver ou chorar também o é.
isso tudo ao mesmo tempo então é o próprio renascimento!
iluminados como somos
sempre pensamos em viver, assim choramos e eu
escrevo.
vanguardista sempre somos e assim
morremos.
amaldiçoados estão os da primeira fila!

se tu discordas sei o porque
nunca chegou atrasado num cinema onde só resta os acentos centrais logo a frente da tela;

por que, tu me perguntas
oras, todos sabem
amaldiçoados os maniaca.mente avant garde!

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domingo, julho 27

mentiras do mundo

pensei que era pra falar inglês

(pausa)

malditos títulos, sempre que os escrevo antes dos textos, crente que aqueles serão perfeitos, estes me fogem, como clipes da mala, e acaba que não escrevo nada ou aquela idéia genial para um texto fabuloso e simples me corta a garganta e me humilha em meio ao salão.
é uma pena que o salão seja vermelho.

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homenagem ao constrangido

eu ti vejo.
você parou.
reconhecemos-nos, você olhou.

mais do que falar
mais do que estar bem
é sorrir pra te chamar
sacaneando meus horrores
ouvindo aclamar
te saúdo e analiso
somos vapores
e vamos bem.

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conversando sobre meninos:


...

- estou confusa, não sei o que fazer!
- você gosta dele?
- muito ! !
- então por que não corre atrás?
- porque nunca sei se gosto mesmo...

- assim acaba ficando sozinha
- isso é um aviso ou uma constatação?
- ^^.

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veja!

para Platão era olhar pra traz
para Nietzsche era olhar pra dentro
pro cristo é ajoelhar-se de fronte aos céus, aproximar as mãos e

não olhar.

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confesso que escrevi

o que se espera?
o ganho sempre é menor porque tu fantasias demais.
o que subestimo sempre me engole, assim vou aprendendo a permanecer indiferente e assim vão aprendendo a permanecer distante.
quando me descuido e acabo por me apaixonar, é tarde: estais longe.
quando me cuido, só pra passar perto, é inútil: tu não me vês.
se quero palavras não posso esperar de você.
é como Gertrudes dirá: ‘macaco velho é que faz comida boa’.

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sábado, julho 26

amém

você será quebrado pelo triturador e
amaldiçoado por seus santos
será endossado pelo clemente e
abençoado pela pepsina
já engolido, processado e disfarçado entre os seus.
abandona o corpo e se faz merda como nunca fez
exala o saboroso odor da salvação e
como suco industrial, e todas as coisas
completam a profecia: do pó veio e à merda irás.

que assim seja.

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recusa

não fale para não lhe esperar
faça com que espere

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sexta-feira, julho 25

e ai quando vós pensais?

eu pego uma xícara
tu pegas uma caneca
nós pegamos um copo

trabalhar é algo intrigante: você acorda e faz tudo que até uma criança faz; sai de casa e passa pelo mesmo lugar todos os dias, só não vê; passa pelas mesmas pessoas, cumprimenta, troca algumas palavras e esboça alguns sorrisos de figurante. chega e larga a bolsa no armário, a blusa na cadeira, o celular na mesa e a carteira na gaveta; tudo isso enquanto liga o computador, o ventilador e o rádio depois, óbvio, de acender a luz. pega um café.

eu leio um e-mail
tu lês um jornal
eles lêem revista

senta
conversa com seu chefe, com a estagiária, com a arquiteta, com o montador, com o patrão do chefe, com o motorista. pega um café.

senta e se atualiza: responder, responder e responder.
olhar umas figuras é o ponto alto dentre as atividades diárias, até chama a estagiária pra compartilhar sua emoção. pega uma água e come um biscoito, afinal faz o que tu queres pois sai de lenço todos os dias pra que? vai trabalhar vagabundo porque Bárbara não irá e Geni? essa não mais lhe sustentará.

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quinta-feira, julho 10

s.f. 1. intrepidez, desembaraço.

pensando em você me atiro
falando sobre o resto, eu permaneço
sem dizer pra você o que preciso,
pensando em mostrar o que sinto,
molho o papel mais uma vez.

invento compromissos contigo
me estendo em assuntos sem sentido
comprometo-me com o impossível
me abstenho de prazeres
tentando apenas chamar atenção

criança sem berço e sem infância
buscando algo pra comer
tentando esquecer o que lhe fizeram
pra lembrar que também é humana
e tem permissão pra caminhar com alguém.

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sexta-feira, julho 4

fantasiando

os fantasmas me atormentam
eles vêm todas as noites me dizer: estais morta.
os fantasmas me acordam
eles me prendem ao cobertor pedindo pra eu ficar
eles me odeiam
cresci com eles, talvez não saiba viver sem. mas preciso aprender, me incomoda.
cansa ser invisível, o pior é ser apenas para mim.
cansa lutar com fantasmas
parece que me acostumei,
tornei-me um.

passargada fica longe daqui agora.
meus filhos não me querem mais.

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