na linha.

vou conseguir.
assim vou tentando: ser tudo, ser bela ou graciosa e intrigante;
enquanto isso também dura, forte e firme,
sendo nada;
tentando outros campos: os curtos, de tons castanhos, linhas naturais e orientais
pois, os verdes pastos, já ficaram pra'trás.
posso confundir, cegar;
seres inconstantes agem assim.
tu me pergunta: por que sabes disso?
porque vejo isso nos que me rodeiam
e, inebriada, me encanto por cada contraste que fixo o olhar,
por obrigação que tenho de fazê-lo,
passo o tempo e incomodo,
até que alguma bola
mais brilhante

faça obrigar-me a continuar
não sendo o que penso ser
insensato volume espiralado,
de cor castanha e passos monumentais.

tempo

pensamentos voam ao meu redor
tomo eles do ar
mas volto a dar

embriaguez consciente
de raiz obscura
e fruto incerto

abuso do eufemismo
e de palavras já usadas
na hora ingrata

diga-me o que quero ouvir, nada mais!

estude meu filho

pra que? a senhora pode me dizer

pois de pequeno inocente podes passar a grande pensador. periga seres arrogante, retrucar-me o conhecido e me chamar de ignorante. ficar mais cego e mais envolvido no que hoje quero que se liberte; mas ainda sim, penso em ti doutor de si, dono de suas idéias e livres de mim!

não achas muito cedo pra me dizeres isso?

na verdade não! um garoto que usa um tempo de verbo não mais coloquial num dialogo, merece escutar um pouco de realidade

não falava da parte sobre os estudos, sim da “...livres de mim!”

...
realmente, isso tu pode ignorar, é muito cedo pra que abandones sua mãe, tem muito à aprender ainda!

¬¬

caminho de pedras

você impõe a ordem visando o progresso;
eu proponho o caos buscando o equilíbrio.

mensagem padrão: à todos.

parabéns por ter tantos amigos e poder desejar-lhes feliz natal. ti congratulo também por cultivar tantos inimigos; por dar tantos presentes e exigir tantos outros; por incentivar as pessoas a serem iguais à ti e querer ser igual aos outros; por contaminar também as crianças, frutos novos e nobres; lhe agradeço por disseminar a pobreza da alma, sem esquecer da riqueza das mãos; não poderia ignorar, claro, do meu exarcebado agradecimento por teres banalizado o amor eterno e a prática da compaixão.
adoro ganhar presentes e o seu, foi especial.
previsível, bela época do ano é, não acha?

amizade, quero muito.

sua inocente face me afeta, é verdade.
é mesmo mais novo ou menos experiente
e muito mais desligado;
agradeço.

seus conceitos me assustam.
admito que me intriga o caminho que faz até encontrá-los.
pois só pode encontrar afinal, desenvolver incoerências assim seria muito
até pra ti

inegável também tu ser incomum
inconfundível suas facilidades
e seu carinho pelo improvável.

obrigada por me confundir

e não para

o concreto não penetra
e o urbano, me quebra;
regenerada vou pro lodo,
situação lamentável.

chorosa situação inconstante:
momento oportuno pra pular o omitido consciente,
o indeciso presente, e
o infundado compromisso

passa e passa

caminhada

o que é você? ser inconstante
fascinante e intrigante
de sua ventania
só me chega a poeira na roupa
por favor, me passe pra frente e me deixe dormir

a paz que não me proporciona
e a perturbação que demonstro
muda o dia e quando noite, lembro
fiz mais por você
e não arrependo.

mas também lembro que você causa mais em mim do que qualquer outro
e me pergunto: será preciso mais 3 outonos pra que a calmaria chegue
ou o tempo escapará úmido por nós?

sólido

lenta construção simbólica da face e da ação
incrível imagem
impressiona quando se vê
assusta quando se toca

passa por mim e não nota
a onda fria que provoca,
aquela sensação no estômago
e o vento na nuca

a cegueira sem rima
por acaso afeta os dois:
moços jovens de índole clara;

não precisamos de rima pra combinar